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Estreia de Celso Neto no IMSA TCR / ascensão na Michelin Pilot Challenge
Reportagem: Flávio Maurício Garcia Bergmann
Assessoria CN

Em um esporte onde a experiência muitas vezes define o sucesso, Celso Neto está reescrevendo essa lógica. O jovem brasileiro de 19 anos, estreante na Michelin Pilot Challenge da IMSA, começou sua temporada de maneira espetacular na altamente competitiva categoria TCR. Ao lado do experiente Ryan Eversley, defendendo a equipe Precision Racing LA, Neto rapidamente se tornou um dos talentos mais empolgantes do grid.

Nas três primeiras etapas — Daytona, Sebring e Laguna Seca — Neto demonstrou velocidade pura, maturidade além da sua idade e uma determinação incansável que impressionou fãs, equipes e até mesmo seus adversários.

Etapa 1 – Daytona: Pódio Logo na Estreia

 A temporada começou no lendário Daytona International Speedway, e os desafios não poderiam ser maiores. Neto nunca havia pilotado o Audi RS3 LMS TCR e tampouco conhecia o circuito misto de Daytona. O que veio a seguir foi simplesmente sensacional.

Mesmo com pouquíssimo tempo de adaptação, Neto rapidamente se encontrou durante os treinos e a classificação. Com uma pilotagem limpa, consistente e extremamente técnica, completou um stint perfeito ao lado de Ryan Eversley.

A dupla levou o Audi #7 da Precision Racing LA direto ao pódio na estreia — uma mensagem clara para o paddock de que o estreante não estava ali apenas para aprender, mas sim para brigar pelos primeiros lugares.

"Foi minha primeira vez no carro e na pista," comentou Neto. "Foquei em aprender rápido e a equipe me deu um carro incrível para brigar na frente."

Etapa 2 – Sebring: Domínio Sob o Calor da Flórida

Se Daytona já havia sido impressionante, Sebring foi uma verdadeira aula de velocidade e controle. No circuito mais exigente e acidentado da América do Norte, Neto mostrou como talento e preparação podem superar qualquer obstáculo.

Largando bem, Neto fez um dos stints mais dominantes da temporada. Liderou praticamente toda sua participação na corrida, segurando a pressão constante dos Hyundais e Hondas de fábrica. Gestão precisa de pneus, ultrapassagens cirúrgicas no tráfego e consistência foram as marcas da sua atuação.

Quando entregou o carro para Eversley, o Audi estava na liderança após uma sequência brilhante de ultrapassagens. Eversley manteve o ritmo, mas um problema mecânico no fim impediu a dupla de brigar pela vitória, os tirando do pódio.

Ainda assim, a mensagem estava clara: o Audi #7 e, especialmente, Celso Neto, são fortes candidatos ao título de 2025.

Etapa 3 – Laguna Seca: De Último para Líder

Chegando ao icônico WeatherTech Raceway Laguna Seca, a expectativa sobre Neto já era enorme. Na classificação, ele confirmou essa expectativa com uma volta extraordinária que garantiu o segundo lugar no grid.

No entanto, um problema antes da largada obrigou o Audi #7 a começar a corrida do fundo do grid.

O que se viu depois foi uma verdadeira obra-prima da pilotagem. Neto escalou o pelotão de último para segundo, realizando ultrapassagens limpas, aproveitando o tráfego e mantendo foco total.

Ao entregar o carro para Ryan Eversley, o Audi estava em condições de brigar pela vitória. Eversley assumiu e manteve o ritmo, chegando a colocar o carro na liderança.

Porém, uma polêmica punição por falsa largada no último relargada obrigou a equipe a cumprir um drive-through, derrubando-os para o oitavo lugar.

Apesar da frustração, a atuação foi amplamente reconhecida. Fãs, pilotos e comentaristas consideraram a performance de Neto uma das mais impressionantes do fim de semana.

"Se tivessem vencido, Celso teria sido o MVP do fim de semana, sem dúvidas," comentou um fã. "Que stint sensacional!".

O Cenário Maior: Uma Estrela em Ascenção e o Desafio do BOP

Além das performances individuais, um tema maior começa a se destacar: a questão do Balance of Performance (BOP) na categoria TCR.

O Audi RS3 LMS TCR, conhecido por sua durabilidade e eficiência, vem sofrendo diante da velocidade de reta e aceleração de saída de curva dos Hyundai Elantra N TCR e Honda Civic FL5 TCR.

As atuações de Neto e Eversley acontecem mesmo diante de uma clara desvantagem, especialmente em velocidade final e retomadas nas curvas mais lentas. Observadores comentam que o Audi parece carregar um BOP desfavorável que prejudica sua competitividade, especialmente em pistas de alta demanda de potência como Sebring e Daytona.

A grande dúvida agora é se a IMSA fará ajustes no BOP antes das próximas corridas. As equipes que competem com Audi, incluindo a Precision Racing LA, aguardam ansiosamente uma resposta.

Olhos em Mid-Ohio: A Prova de 4 Horas Está Chegando

A próxima etapa será no Mid-Ohio Sports Car Course, em uma corrida de 4 horas, e a expectativa não poderia ser maior. O traçado técnico de Mid-Ohio pode compensar parte do déficit de potência do Audi, valorizando ainda mais a habilidade dos pilotos, a estratégia e a gestão dos pneus.

"Estamos contando os dias," disse Neto. "Sabemos que nosso carro é forte em ritmo de stint. Se o BOP nos permitir brigar, vamos com tudo pela vitória."

Mid-Ohio não é apenas mais uma corrida; é um divisor de águas no campeonato. Com os Hyundais ocupando as três primeiras posições na tabela e Neto atualmente em quarto com 760 pontos, um bom resultado pode colocar o jovem brasileiro diretamente na briga pelo título.

Considerações Finais: Uma Estrela em Formação

Em apenas três finais de semana, Celso Neto provou que não é apenas mais um estreante — ele é, sem dúvida, um dos talentos mais empolgantes surgindo no grid da IMSA. Sua combinação de agressividade, adaptação rápida e inteligência tática o coloca como uma estrela do futuro no automobilismo de turismo e endurance.

A história do campeonato de TCR de 2025 ainda está sendo escrita. E, se os três primeiros capítulos servem de indicativo, a caneta de Celso Neto é uma das mais marcantes nessa narrativa.

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