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Reis e Foresti vencem no Endurance do TCR Brasil Banco BRB em Interlagos
Reportagem: Luis Ferrari / Santiago Di Pardo
Foto: Rafael Gagliano

A primeira etapa da temporada 2024 do TCR Brasil Banco BRB, disputada no Autódromo José Carlos Pace, em Interlagos, São Paulo, terminou com a vitória de uma dupla brasileira. Raphael Reis e Lucas Foresti, à bordo do novo CUPRA #77 da W2 Pro GP, alcançaram a liderança logo no início do primeiro stint e dominaram o restante da prova. Nem mesmo um safety car nos últimos minutos da prova e uma relargada tardia atrapalharam os brasilienses neste domingo.

Pedro Cardoso e Celso Neto, com o Peugeot 308 TCR #43 da PMO Racing, terminaram na segunda posição, a 0.763s dos vencedores. Guilherme Salas e Guilherme Reischl, com o novo CUPRA #37 da W2 Pro GP, completaram o pódio na terceira posição. Salas e Reischl também foram os vencedores na categoria Trophy. Nicolas Costa e Thiago Vivacqua, com o Toyota Corolla #7 da Cobra Racing Team, chegaram em quarto. Lucas Fecury e Arthur Leist, com o Lynk & Co #55 da PMO Motorsport, completaram o top 5.

Após uma corrida, a liderança do campeonato é de Raphael Reis e Lucas Foresti com 47 pontos, seguido por Pedro Cardoso e Celso Neto com 38. Guilherme Salas e Guilherme Reischl vêm em terceiro, com 30, Nicolas Costa e Thiago Vivacqua estão em quarto, com 27. Lucas Fecury e Arthur Leist fecham a lista dos cinco primeiros, com 24. A próxima etapa do TCR Brasil Banco BRB está marcada para Cascavel, no interior do Paraná, entre os dias 24 e 26 de abril, com uma rodada dupla programada.

A corrida

O pole Juan Manuel Casella cravou bem a largada e sustentou a primeira posição, enquanto Lucas Foresti e Felipe Lapenna disputavam o segundo lugar, com vantagem para o brasiliense no Cupra #77. Imediatamente atrás, Digo Baptista emparelhou com Celso Neto na reta Oposta, mas sustentou a quarta posição em que havia largado.

Mas na tomada do S do Senna na curva 2, o Peugeot #43 mergulhou por dentro do Honda #3, e Celso Neto avançou para quarto. Ele então alcançou Lapenna no Pinheirinho e logo abriu ataque ao Cupra #28. Pela Trophy, a liderança era do Lynk & Co #27, pilotado por Marcos Regadas.

Na volta 5, Digo Baptista perdeu rendimento e foi engolido pelo pelotão, recolhendo para os pits para troca de pneu dianteiro esquerdo. O Toyota Corolla #16 da Paladini Racing, nas mãos de Juan Angel Rosso, ingressou no top5 como consequência.

A partir da volta 7, Foresti aumentou a pressão sobre Casella em assédio pela liderança. O uruguaio chegou a bloquear rodas nas freadas do S do Senna e na tomada do Lago. Foresti mergulhou decidido no Bico de Pato para assumir a liderança. Lapenna tentou seguir seu companheiro de equipe, mas ficou por fora na tomada da Junção e precisou recolher. Consequentemente Celso Neto alcançou a disputa.

Com metade do primeiro stint realizada, Foresti tinha 1.6s de vantagem na dianteira. Lapenna seguia na pressão sobre Casella, mas sem se descuidar dos ataques de Celso Neto. Rosso vinha tranquilo em quinto, enquanto, em nono, Regadas seguia firme na liderança da Trophy.

Ciente de que o fim do primeiro stint neutralizaria a corrida para a relargada com os outros pilotos, Foresti tratou de controlar a vantagem do Cupra #77 na casa de 2s. Lapenna seguia investindo sobre Casella, mas o uruguaio aparentava ter mais ação nas retas. Celso Neto acompanhava de perto.

Lapenna então entrou mais chutado na reta principal após contornar bem a Junção na volta 18. Ele emparelhou com Casella na tomada do Lago e os dois foram lado a lado por todo Laranjinha até o Pinheirinho, quando o Cupra concretizou a manobra em grande estilo. Neto seguiu a linha, avançando para terceiro com o Peugeot #43.

No fim do segmento, os cinco primeiros administraram até a neutralização, com dobradinha da equipe W2 Pro GP. Neto foi terceiro, com Casella em quarto e Rosso em quinto. Quatro montadoras e quatro equipes figuraram no top5, com pilotos de três distintas nacionalidades. Em nono, Regadas foi o melhor Trophy. A metade inicial teve ainda uma formidável escalada do Peugeot #88, com Werner Neugebauer largando em último pela troca de motor e entregando o carro para Cacá Bueno em sétimo.

A relargada veio com 37 minutos na regressiva, e Rapha Reis fez valer a vantagem de sair na frente. Galid Osman seguiu o companheiro, enquanto Ignacio Montenegro ensaiou ataque sobre Pedro Cardoso na tomada do S do Senna. Então Cardoso surpreendeu Galid, que logo ficou à mercê de Montenegro. O argentino campeão sul-americano passou o brasileiro campeão inaugural do TCR Brasil no Pinheirinho na volta 27. Logo atrás, Caca Bueno superou Facundo Marques na freada do S do Senna, ingressando no top5 com o carro que largou do fundo do grid.

Em questão de três voltas, Cardoso alcançou Reis em luta pela liderança. Restava menos de meia hora para a bandeirada. Simultaneamente, Caca chegou em Galid em outra luta entre Peugeot e Cupra protagonizada por brasileiros, esta pelo quarto lugar. Em nono, o Lynk #27, com Rafa Suzuki, liderava na Trophy. Mas o Cupra #37, então nas mãos de Guilherme Salas, vinha recuperando terreno.

Na metade do segundo stint, a briga da corrida era entre oitavo e 11º lugares, envolvendo Nicolas Costa, Suzuki, Salas e Arthur Leist. Suzuki e Costa chegaram a trocar tinta mais de uma vez na volta 36, mas o Corolla #7 da Cobra Racing Team sustentava a posição à frente do Lynk da PMO Full Time Sports. A seguir Costa atravessou a trajetória na tomada do S do Senna, para a seguir a direção de prova determinar inversão de posição com Suzuki, o que o piloto da McLaren no WEC prontamente cumpriu.

Faltavam menos de 15 minutos na prova, e a vantagem de Reis sobre Cardoso era inferior a 1s na liderança. Já Galid alcançou Montenegro e mergulhou decidido para recuperar o terceiro lugar no Bico de Pato, com direito a troca de tinta entre os campeões de 2023.

Na volta 43 o safety-car foi acionado após contato de Suzuki na barreira de pneus no Laranjinha. Caca Bueno e Montenegro haviam feito meia volta lado a lado em franca batalha, que foi interrompida pelo acionamento das amarelas em todo o circuito.

A relargada veio na volta seguinte, com Reis e Cardoso tranquilos na frente. Antes da passagem pelo PSDP, Montenegro atacou Galid, Caca tentou acompanhar e faltou espaço para os três. A corrida do Cupra #28 acabou na barreira de pneus do S do Senna. Montenegro e Caca conseguiram se arrastar aos pits.

O lucro maior do entrevero ficou para os Corollas da Paladini Racing, com Facundo Marques herdando o terceiro lugar e Quique Bordas o quarto. A combatividade de Nicolas Costa com o Corolla da Cobra Racing Team foi recompensada com a última vaga do top5.

Mas na volta final Salas conseguiu atacar na freada do S do Senna e passou o compatriota pelo quinto lugar. Ainda antes da bandeirada, Bordas parou depois da curva do Sol, em mais uma reviravolta. O #16 também perdeu rendimento na volta final, deixando a Paladini Racing fora do top5.

Na bandeirada, dobradinha para os carros patrocinados pelo BRB, com a dupla Reis / Foresti levando a melhor sobre Cardoso / Neto. O Cupra #37 venceu na Trophy e foi terceiro no geral, com Guilherme Salas e Guilherme Reischl. Nicolas Costa e Thiago Vivacqua terminaram em quarto, o melhor resultado dos Corolla na prova. Em quinto ficou o Lynk #55, de Arthur Leist e Lucas Fecury.

Ao fim da bateria o Honda #60 da dupla Casella e Montenegro foi desclassificado após decisão dos comissários.

O que eles disseram:

“Estou bastante feliz de concretizar o que planejamos desde a chegada aqui. É muito bom vencer mais uma de endurance, mas realmente o destaque é para as excelentes escolhas que fizemos. Tenho que agradecer ao Lucas, que fez um grande trabalho, fez uma bela ultrapassagem e me entregou o carro na frente. Agora vamos continuar o ano buscando vitórias e poles para o BRB e disputar o título até o fim.”

Raphael Reis

“Tenho que agradecer à equipe e ao Rapha por terem me escolhido. A pole escapou por um detalhe, ontem quando fomos atrapalhados. Mas a corrida é o que vale e conseguimos bons pontos para o Rapha seguir no campeonato.”

Lucas Foresti

“Estou muito feliz com o resultado e tenho que dar os parabéns à equipe e ao Celso. Entregaram um carro perfeito para a gente. Celso fez um trabalho sensacional. Ele não conhecia o carro e andou com os ponteiros, me entregando o carro numa posição de disputar a vitória. Hoje brigamos da primeira volta até o final e cheguei a menos de 1s do Raphael, o que é impressionante numa corrida de 80 minutos. Agora é continuar esse trabalho duro e espero que estejamos brigando pelas primeiras posições o ano inteiro.”

Pedro Cardoso

“A gente sabia que o carro era rápido. no quali tivemos um probleminha e sabíamos que tinha potencial para a corrida. Então subi para P4 e meu objetivo era entregar ao Pedro o carro entre os cinco. Depois ainda avançamos e consegui entregar bem para o Pedro, sem erro, nem pancada nem nada. Aí ele fez um belo trabalho e ficou perto da vitória. Não foi possível porque o Rapha Reis e a equipe dele estavam muito rápido, mas é um pódio que com certeza coloca o Pedro na disputa pelo título”

Celso Neto

“É uma corrida um pouco diferente, longa. Normalmente no TCR vamos agressivos dando pau do início ao final, mas na prova de duplas é preciso mudar um pouco, reduzir a ansiedade e cuidar bem do carro. No início tomávamos 5 km/h de reta e isso piorou depois com o Salas. Eu tentei cuidar do carro, segurar a posição no pelotão e entregar para ele, que assumiu bem o carro e deu um show.”

Guilherme Reischl

“Foi uma corrida bem difícil para a gente, com um bom resultado no fim. Desde o início com o Reischl o carro falhava um pouco na reta e isso nos fazia perder 5km/h de reta. Estava impossível nas retas, mas quando deu o safety-car no fim acho que deu uma limpada no carro e ele veio no limite no fim e conseguimos terminar em terceiro, ganhando na Trophy. Foi difícil pelo equipamento, mas o resultado foi muito positivo.”

Guilherme Salas

“Motorsport é assim: um dia a gente toma soco no estômago e no outro é um mar de rosas… Levamos pancadas nos treinos e hoje deu certo. A gente teve um fim de semana complicado em termos de performance, sem achar o melhor rendimento do carro. Nosso objetivo na corrida era largar, ser agressivo no início e ser oportunista sempre que possível. Foi o que fizemos. Agradeço ao Nicolas por fazer a dupla comigo. Fui oportunista na largada em ganhar algumas posições. Então estabilizei a posição e cuidei um pouco do carro pois não havia necessidade de se matar ali sendo que vinha uma neutralização. Aí entrou o Nicolas e fez um trabalho impecável. Claro que a gente nunca deseja quebra ou acidente dos concorrentes, mas são coisas que acontecem nas corridas e soubemos capitalizar em cima. Estávamos no local certo na hora certa e terminamos em quarto, o que foi um resultado muito positivo diante da performance que tivemos. Quarto para a gente foi mais do que uma vitória hoje.”

Thiago Vivacqua

“Foi um corridão! Uma prova dura e estou muito contente porque foi minha primeira com carros de tração dianteira. Tudo foi novo para mim e vim descobrindo uma coisa nova a cada volta, ainda mais batalhando com pilotos de largo currículo como o Rafa Suzuki, Gui Salas etc com um carro notadamente mais lento. Na classificação acho que ficamos a mais de 1s da pole… realmente nosso carro não era rápido de reta e estava pesado, então não facilitava no miolo tampouco. Meu trabalho foi tentar defender a posição, já que nos faltava ação para atacar mais à frente. Mas foi muito divertido e fomos compensados com o quarto lugar. Teve gosto de vitória, sendo o melhor Toyota da corrida. Realmente não poderíamos pedir mais hoje."

Nicolas Costa

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