A ideia da Ipiranga - patrocinadora tanto do Girls Like Racing quanto do Gauchão de futebol feminino – foi juntar para trocar experiências mulheres que desbravam ambientes predominantemente masculinos. O encontro faz parte da campanha de empoderamento feminino Todas movem Todas.

No box da Ipiranga Racing, ainda sem a engenheira Rachel Loh, uma das líderes e maiores incentivadoras do Girls Like Racing, que sofreu um acidente e se recupera em casa, em Petrópolis (RJ), o grupo foi recebido pela relações públicas da Ipiranga Mariana Quintanilha, que falou sobre o crescimento da presença feminina nas pistas.

A Ipiranga também trouxe para contar um pouco da sua experiência como operadora em uma base de distribuição da empresa, Carina Vieira Rodrigues. “Estou na base desde 2022. Antes de entrar achei que por praticamente não haver mulheres eu encontraria um ambiente hostil, mas os meninos me ajudaram bastante, me ensinaram muita coisa e continuam ensinando, e hoje me sinto totalmente em casa, esperando e incentivando mais mulheres a fazerem esse tipo de trabalho”.

A diretora de marketing da Federação Gaúcha de Futebol, Carla Alves Larini, falou ao grupo sobre sua trajetória. Criada no meio do futebol e apaixonada pelo esporte – seu pai foi diretor do Guarany de Bagé – acabou se afastando. Foi jogar tênis por sentir-se muito sozinha como mulher no futebol, casou-se com um tenista e foi trabalhar com marketing e imprensa no tênis, no Paraná.

Jornalista, voltou a morar no Rio Grande do Sul e começou a trabalhar como assessora de imprensa na Federação Gaúcha em 2019. Aos poucos foi acumulando funções de marketing até tornar-se diretora.

“Nossa maior conquista foi ter a Ipiranga como patrocinadora do futebol feminino. O Rio Grande do Sul é o único estado do Brasil onde uma única empresa, e no caso uma grande empresa, tem o naming rights dos campeonatos masculino e feminino de futebol. É Gauchão Ipiranga masculino e Gauchão Ipiranga feminino. Foi uma visão pioneira e corajosa da Ipiranga”.

Após conhecerem os carros, não poderia faltar um bate-bola, no caso uma ‘altinha’, que juntou as atletas com os pilotos Thiago Camilo, Cesar Ramos e os mecânicos da Ipiranga Racing. No meio da roda, Karla Alves, 23 anos, volante do Grêmio, era a mais empolgada. Profissional desde os 15, ela diz que sempre acreditou que poderia viver do futebol. “Eu sempre achei que daria, mas na verdade há oito anos não dava”, brinca. “Da Copa do Mundo de 2019 para cá as coisas melhoraram muito, o futebol feminino se profissionalizou dentro e fora de campo e passou a entrar mais dinheiro”.

Em comum entre Carina, Carla e Karla, além dos nomes parecidos e de serem desbravadoras, o brilho nos olhos por estarem pela primeira vez num autódromo. “Me arrepiei ao entrar na pista”, disse a diretora da FGF. “Sou muito apaixonada por carros, sempre quis conhecer um autódromo, adorei e quero vir na corrida”, disse a jogadora de futebol. “Nem imaginava como era esse universo, muito legal”, completou a operadora. Grils Like Racing ganhou pelo menos três novas seguidoras.