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Prechendo espaços
Reportagem: BeePress
Intervalo de três semanas no campeonato antecipa silly season.

O intervalo de três semanas entre os GPs da Austrália (2/4) e do Azerbaijão (30/4) criou um problema maior para o atual estágio de popularidade da Fórmula 1: sem corridas e sem treinos livres – algo proibido há décadas -, o espaço midiático que a categoria exibe desde que passou a ser gerenciada pela Liberty Media, virou refém de notícias e análises, cenário onde a tradicional "silly season". O tradicional espaço de algumas semanas no meio da temporada quando começam a circular rumores sobre o futuro dos pilotos foi antecipado para abril e a Ferrari aproveitou a ocasião para emitir sinais de que a punição de Carlos Sainz no GP da Austrália ainda não foi digerida pela Scuderia.

O inglês Lewis Hamilton é o principal nome de uma lista de pilotos ainda sem contratos para 2024. Se até algum tempo atrás sua idade (38 anos completados dia 7 de janeiro) equivalia a um sinal de aposentadoria, o espanhol Fernando Alonso, que fará 42 anos dia 29 de julho, mostrou que isso está longe de ser motivo para aposentadoria. De uma forma ou de outra, Hamilton vive um processo de restauração: afastado da luta por um oitavo título devido ao ineficiente carro que a Mercedes lhe ofereceu em 2022, este ano a situação parece melhorar: ele foi segundo no conturbado GP da Austrália, em Melbourne.

O dinamarquês Kevin Magnussen e o alemão Nico Hulkenberg são outros veteranos sem lugar garantido no grid de 2024. A permanência de ambos na equipe Haas está condicionada a uma temporada que transferir o time norte-americano do fundo do pelotão até o grupo de equipes que disputa o quinto ou sexto lugar entre os Construtores. Posto que a Haas consolidou a imagem de decisões pouco usuais com relação aos seus pilotos, o futuro de Magnussen e, principalmente, o de Hulkenberg estão longe de ser considerados seguros.

Da nova safra de pilotos o nome em evidência é o do japonês Yuki Tsunoda, que faz sua terceira temporada na categoria. Após uma estreia promissora no GP do Barhein em 2021, quando marcou dois pontos ao terminar em nono lugar, o piloto nascido em Sagamihara e pupilo da Honda envolveu-se em vários acidentes e percorreu um caminho acidentado. Apesar de tudo ele continua apoiado por Franz Tost, o lídr da equipe AlphaTauri.

Situação mais delicada envolve o chinês Zhou Guanyu, o holandês Nick de Vries e o norte-americano Logan Sargeant. Guanyu tem a seu favor o fato de ser chinês, mercado importante e no qual a F-1 está de se consolidar como evento popular. O fato de a Audi ter comprado 50% das ações da equipe Sauber, onde o chinês faz dupla com o finlandês Valtteri Bottas, desenvolver um projeto que estreará em 2026 com força total certamente irá interferir no seu futuro.

Após uma estreia marcante no GP da Itália de 2022, quando foi chamado pela equipe para substituir Alex Albon acometido de apendicite, Nick de Vries novamente foi lembrado pela sorte no processo iniciado com a mudança de Fernando Alonso da Alpine para a Aston Martin: ele acabou ocupando a vaga de Pierre Gasly na equipe AlphaTauri. A atuação que lhe rendeu o nono lugar em Monza ainda não se repetiu e ele tem andado atrás de Yuki Tsunoda e é o último colocado na tabela de pontos.

Tal qual Guanyu Zhou, o estadunidense Logan Sargeant também tem em sua nacionalidade um fator importante para permanecer na categoria. Sem resultados impactantes na sua passagem pelas fórmulas de promoção, Sargeant tem seus fracos resultados desde ano creditados mais à pouca eficiência da equipe Williams, que vide um cenário oposto à pujança técnica e competitiva de outros tempos.

Para o brasileiro Felipe Drugovich, campeão da F-2 em 2022 e terceiro piloto da equipe Aston Martin, acompanha com atenção o futuro desses pilotos sem contrato definido para 2024. Uma vaga nas equipes menores é sua maior chance de ser confirmado como piloto em tempo integral na F-1.

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