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Bonito muito bonito
Mas o que você pensaria se alguém contasse que foi ao Mato Grosso de moto? Foi o que Tânia e Mário Sthalke fizeram em abril deste ano. Longe de querer aventura, a intenção era aproveitar e dar espaço ao prazer de conhecer um lugar diferente do Brasil O lugar escolhido foi Bonito, pois o cidadão urbano pode conhecer e viver um outro estilo de vida, aquele que privilegia a tranqüilidade e o contato com a natureza. Tânia e Mário ficaram 13 dias em Bonito, e voltaram com apenas um pensamento: o lugar merece, com toda certeza do mundo, o nome que tem. ![]() Quem viaja de moto, deve se preparar para uma série de planejamentos, pois tudo deve ser rigorosamente pensado. "Viajar 3.300 km sem ter, pelo menos, roupas adequadas, nem pensar", afirma Tânia. Para tanto, fez parte do planejamento determinar com qual roupa ir para aguentar frio, calor e chuvas, moto adequada, estradas bem servidas de postos de gasolina, roupa a ser levada na mochila, mapas, entre outros. Tânia contou com a ajuda de um software que, segundo ela, ajudou a calcular quantos quilômetros poderiam viajar por dia, quais as cidades existentes no caminho para pernoitar, hospedarias próximas, e principalmente, imprimir os mapas para não se perderem. Os mapas eram colocados numa bolsa sobre o tanque da moto TDM Yamaha 850 que utilizaram na viagem. Outra preocupação constante é o fato de que a cada 250 km percorridos é necessário parar para abastecer a moto, e o descanso merecidos de 20 a 30 minutos, ocasiões em que aproveitavam para fazer amigos e dar espaço para os curiosos pedirem informações sobre a moto e sobre a viagem dos dois. Como numa viagem como esta tudo que puder encontrar de informação sobre o lugar é importante, Tânia diz que "antes da viagem, você já está viajando". Todas as viagens que fazem, Tânia e Mário contam com a experiência de outros amigos que também viajam de moto como eles. Esta não foi diferente. E contando com isto, puderam fazer as reservas antecipadamente, bem como planejar todos os passeios e lugares que queriam conhecer. "Bonito é um lugar onde o controle turístico é muito rigoroso, o número de turistas é limitado por passeio, portanto, se não planejar antes, corre-se o risco de ficar sem conhecer pontos turísticos belíssimos", lembra Tânia. Controles e estradas ![]() Como Mário é engenheiro mecânico e Tânia professora de informática, os controles são de dar inveja. Tudo é cuidadosamente anotado, gastos com alimentação, hospedagem, passeios, combustível, quilometragem por dia, etc. "Isto tudo ajuda nossos amigos, além de ser um ótimo parâmetro para próximas viagens", diz Tânia. A saída foi do bairro Tarumã direto até São Paulo, divisa com Mato Grosso, isto deu cerca de 700 km, depois mais 500 km até chegar lá. E em Bonito, de acordo com Tânia alguns passeios são perto, cerca de 15 km, mas outros são longes e chegam a ficar 50 km da cidade. Considerando isto, percorreram mais de 300 km só nos passeios. E estes não são baratos. A viagem toda custou R$ 1.700,00, "mas em compensação - diz Tânia - você pode economizar nas compras, pois não há muito lugar disponível para carregar lembranças". As estradas, como não poderiam deixar de ser, combinam com os lugares visitados. A maioria são de terra batida, muito pó, ou lama, dependendo do clima. Passeios e experiências ![]() Todos os passeios realizados em Bonito são baseados na água. Assim você pode conhecer, lagos, rios, cachoeiras, praticar mergulho, visitar grutas e ter o prazer de ser observados por cardumes de peixes. Tânia conta que os moradores do lugar possuem uma consciência ecológica muito grande e compara dizendo que se hoje eles saíssem de lá, o ecosistema não levaria muito tempo para se recompor sem qualquer marca ou prejuízo. Os donos das fazendas, onde geralmente estão instalados os passeios, são pessoas simples e humildes, "parecem ser felizes e satisfeitos com a vida que levam, não buscam a competição, como nós que moramos na cidade grande. Um proprietário de uma cachoeira que acompanhava os turistas ia contando "causos", entre eles ele contou este: "a vida em Bonito é tão calma e tranqüila, que até para morrer de repente as pessoas levam algumas semanas", o que, de acordo com Tânia, reflete muito bem as diferenças. Os contrastes entre o meio e os visitantes é muito grande, principalmente quando percebe-se ônibus gigantescos e luxuosos vindos de várias partes do Brasil, entrando em estradas esburacadas e cheias de lama, "mas, apesar disto, todos os visitantes, voltam para suas cidades com a alma muito mais leve", diz Tânia. ![]() A tranqüilidade é a conquista da harmonia entre homem e meio ambiente. O homem respeita e a natureza agradece com espetáculos esplendorosos. Em visita à uma nascente de um rio que chamam de Aquário, Tânia se deslumbrou ao perceber que os peixes acompanhavam o mergulho dos turistas, e de quando, em quando, cortavam a sua frente, "em momentos como estes, você esquece as horas e todas as outras coisas, quando percebe, já passou duas horas", comenta. A limpidez da água permite que você perceba toda a vegetação ao redor por outro ângulo, dentro da própria água. O lugar que aconselha uma visita indispensável para quem vai à Bonito, é a Gruta Azul. "São 300 degraus para descer, mas para quem estiver sem preparo, são 600 para subir. A Gruta esconde um maravilhoso espetáculo da natureza, onde você encontra uma lagoa cuja água é de um azul indescritível e impressionante", conta. Tânia disse que nossas preocupações são diferentes daquelas que os moradores de Bonito têm, mas com certeza, eles nos ensinam muito mais em gestos, e com sua cultura ao meio ambiente, com sua consciência de preservação e por isso vale a pena ver o quanto Bonito é bonito.
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