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Dirigir corretamente preserva a embreagem

Reportagem Lide Multimídia
A vida útil das peças do sistema de embreagem está diretamente ligada à maneira como o condutor se comporta no trânsito lento.

Feriado prolongado é quase sempre associado a engarrafamentos na estrada. É nesta hora que o motorista costuma controlar o carro pelo sistema de embreagem. Repousar o pé sobre o pedal de embreagem, ou determinar a velocidade do carro por ele, força o rolamento e desgasta o sistema.

A mesma dica vale para o trânsito engarrafado. O tráfego lento favorece o descanso do pé do condutor sobre os pedais. "O anda-e-pára do congestionamento é cruel para o carro, quando o motorista não presta atenção na maneira correta de dirigir", comenta Mario de Oliveira Junior, gerente de Assistência Técnica da Florença Veículos, concessionária Fiat de Curitiba. Outro ponto é tirar o pé por completo e rapidamente da embreagem, além de não usar a chamada meia-embreagem nas subidas.

O sistema é composto por três peças simples, o rolamento, o platô e o disco, que se friccionam mutuamente quando a embreagem é mal utilizada. "A embreagem raramente apresenta defeitos de fábrica. A vida útil das peças pode ser prolongada até os 100 mil km. Mas, o desgaste por fricção danifica todo o sistema, o câmbio, além de outras peças do motor", diz Oliveira. Substituída uma das peças, todas têm de ser trocadas, já que acabam ficando ovaladas pelo desgaste. O processo demora cerca de quatro horas, pois o câmbio deve ser removido inteiramente.

A árvore de manivelas, conhecida como virabrequim, é a peça acoplada ao motor que encosta diretamente na embreagem. O mal funcionamento do sistema propicia a pressão na árvore, que força o resto do motor. Assim, várias peças podem ser atingidas e danificadas por um problema que começa no pé esquerdo do condutor.

Atenção à regulagem

O pedal da embreagem tem de estar na mesma altura do freio. Pedal alto significa descompensação no cabo da embreagem. Neste caso, é necessária menos força para o arranque e até o dobro de força para a troca de marcha. Desregulado, o sistema está em constante atrito. Quanto mais o motorista tem de tirar o pé para o carro se mover, maior o desgaste. A regulagem pode ser feita em casa, apertando o cabo de aço.

"Alguns mecânicos sobem o pedal da embreagem no carro do motorista inexperiente, para que o carro não morra com tanta facilidade. Este ou qualquer outro motivo não são suficientes para se alterar uma regulagem que é considerada ideal: a da fábrica", adverte Mario de Oliveira Junior, da Florença Veículos.

Nas revisões, a cada 10 mil quilômetros, a concessionária verifica a regulagem. Mas, muitas vezes, o proprietário que espera pela revisão, danifica ainda mais as peças, que, com o superaquecimento chegam até a mudar de cor.

Cuidado com o recondicionamento

"Peças recondicionadas são definitivamente contra-indicadas", sentencia Oliveira, que explica:

  • No disco recondicionado, a fibra não é original, o que provoca maior desgaste posterior, chegando até ao estágio de atrito metal-metal. O plástico do disco é mantido, sendo possível que também tenha sofrido alterações. O mesmo acontece com as molas, que, cansadas, não são trocadas no recondicionamento;
  • Quando qualquer peça fica ovalada, é apenas lixada, o que diminui sua espessura, em comparação com as medidas de fábrica;
  • O valor das peças originais de alta circulação (como amortecedores, pastilhas de freio e a própria embreagem) é próximo, quando não igual ao do mercado paralelo. A vantagem é que a concessionária oferece garantia de um ano, em detrimento dos três meses oferecidos pelo mercado paralelo.

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