Crônicas-

Castroneves fala sobre a dolorosa missão de dar adeus a um amigo

Bom dia, amigos. Sem dúvida, nunca foi tão difícil escrever. Normalmente, a cabeça da gente está sempre borbulhando de novidades para contar e muitas vezes falta espaço para tudo. Agora estou aqui, nesta manhã de segunda-feira no meu quarto de hotel em Las Vegas, depois de ficar olhando por bom tempo para essa "folha em branco" da tela do computador, começando a escrever algumas coisas que eu não tenho a menor ideia de como terminar;

Alegria pelas conquistas, frustrações pelos problemas nas pistas, expectativa positiva pelo futuro e planos, muitos planos sobre como melhorar e avançar ainda mais nesse esporte que tanto amamos e que se confunde com a minha vida. Sim, porque falar de Helio Castroneves sem falar de automobilismo é algo estranho, incompleto.

Eu tinha planos de escrever sobre o título da temporada, do banquete de premiação, das inúmeras festividades aqui em Las Vegas. Estava torcendo para que pudéssemos estar aqui comemorando o título do Will Power e do Team Penske. Em lugar disso, porém, há um vazio. Quando você tem de escrever sobre a morte de um amigo, alguém que amava o esporte e fez da paixão pelo esporte a verdadeira mola propulsora de toda uma vida, realmente, confesso a minha incapacidade.

É tão difícil falar nessas horas... Não é concebível a morte de um jovem justamente num esporte que amamos tanto, que é vida, alegria, emoção, depreendimento. Claro que o automobilismo tem seus riscos, mas a morte não faz parte da cartilha do esporte, não pode fazer parte, entende? Não temos controle do nosso destino e muito menos sabedoria para entender o por quê das coisas.

O Dan Wheldon era um cara tão legal, meu Deus, alegre, estava sempre de bom humor. Um cara desses que a gente sente satisfação em conhecer. Ele tinha um filho na idade da Mikaella e outro bebezinho de alguns meses. Então, todos nós estamos arrasados, com o coração apertado. É uma perda enorme, do profissional, do cidadão e do pai de família. Só tenho de orar muito para que sua alma seja recebida com todas as glórias no Reino de Deus e que ampare sua família. Que a gente possa sempre lembrar do Dan como esse cara genial, que todos nós aprendemos a gostar, e vamos sentir muita, mas muita falta, mesmo.

Perdoem-me, amigos, mas as últimas horas têm sido de muitas tristezas e dor no coração. Cada palavra é difícil e vou encerar por aqui. Abraço a todos e até a próxima semana. Deixo meus contatos: www.twitter.com/h3lio e press@heliocastroneves.com.

Helio Castroneves

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Helio Castroneves é colunista do Metro Jornal